Boletim Informativo FAHM

Retrospectiva

Com a atividade política em recesso, o noticiário econômico concentrou todas as nossas atenções. No setor externo, na zona do euro, a inflação do consumidor, que tinha atingido a marca anual de 1,5% em novembro, recuou para 1,4% em dezembro, conforme a primeira estimativa da agência Eurostat. Já o PMI industrial de dezembro ao atingir os 58,1 pontos, indicou que a economia da zona do euro teve o crescimento mais forte em quase sete anos, por conta da aceleração das atividades da indústria e dos serviços.

Nos EUA, as encomendas de bens duráveis cresceram 1,3% em novembro, sobre o mês anterior, mas a criação de novas vagas de trabalho no setor não-rural decepcionou. Enquanto a expectativa era da criação de 190 mil novas vagas, a economia americana abriu 148 mil, com a taxa de desemprego se mantendo em 4,1%. Nos mercados de ações internacionais a semana foi de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã avançou 3,1%, o FTSE-100, da bolsa inglesa subiu 0,47% e o índice S&P 500, da bolsa norte-americana 1,88%. Já o Nikkey 225, da bolsa japonesa subiu 4,17%.

Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-Fipe acelerou a alta para 0,55% em dezembro e subiu 2,27% no ano. Já o IPC-S teve alta de 0,21% em dezembro e fechou o ano com variação de 3,23%.

Quanto à Balança Comercial, o superávit de dezembro foi de US$ 5 bilhões, o que elevou o saldo acumulado no ano para US$ 67 bilhões, o mais alto já registrado. Para a bolsa brasileira, foi uma primeira semana de expressiva alta, com o Ibovespa avançando 3,49% e acumulando alta de 28,23% em doze meses. O dólar, por sua vez, caiu 2,03%, levando a alta em doze meses para 1,10%. O IMA-B Total, por sua vez, subiu 0,95% na semana, acumulando alta em doze meses de 13,72%.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 2,79% em 2017. Para 2018 a estimativa é que suba 3,95%, frente a 3,96% na semana anterior. Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará também em 7%, como na última pesquisa.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,01%, frente a 1% na semana anterior e para 2018 reduziu de 2,70% para 2,69%. Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,34, no fim de 2018, como no último relatório. Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 78 bilhões em 2017. Para 2018, as estimativas foram mantidas em um ingresso de US$ 80 bilhões.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação da taxa de desemprego, da produção industrial e das vendas no varejo em novembro. Nos EUA, teremos a divulgação das vendas no varejo e da inflação do consumidor em dezembro. No Brasil, além dos resultados parciais da inflação, teremos a divulgação do IPCA de dezembro e das vendas no varejo em novembro.

Em relação às perspectivas para 2018, estaremos apresentando os principais aspectos na edição de dezembro do Panorama Econômico. No curto prazo, no exterior, as atenções estarão voltadas para os dados finais de 2017 e seus possíveis impactos nas políticas monetárias do BCE e do FED. No Brasil, o mercado estrará atento a divulgação do IPCA de dezembro, a principal divulgação da semana.

Quanto às aplicações financeiras dos RPPS, por conta dos ganhos já obtidos com os investimentos em fundos e títulos de prazo mais longo e com as dificuldades na continuação da aprovação das reformas econômicas e do ajuste fiscal, continuamos a recomendar uma exposição ao vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%. Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações – FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.